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1. Os conflitos estão em todo casamento saudável

No seu casamento tem muitos conflitos? O que vocês fazem para resolver os conflitos? Gostaria de saber mais sobre isso?

Não há relacionamento sem conflitos. Somos muito diferentes, e não tem como não ter nenhum tipo de discordância entre um casal e causar conflitos. Temos opiniões diferentes sobre diversas coisas, preferências, necessidades, jeito de fazer as coisas, tradições familiares, etc.  A ausência de conflitos não significa um relacionamento saudável. Como conselheira de casais me preocupo mais quando um casal me diz que seu casamento é perfeito, que não existe conflito, que nunca discutem por nada e concordam em tudo. Esses são os casos mais problemáticos, pois alguém deve estar se anulando para viver a vida do outro ou engolindo muitos “sapos” para ter essa convivência em perfeita harmonia. Os conflitos fazem parte de qualquer casamento e não devem ser vistos como algo ruim, ao contrário, é aprendendo a enfrentar e resolver os conflitos que crescemos, amadurecemos e nos fortalecemos como casal. Duas pessoas, convivendo com suas diferenças e imperfeições no dia a dia, naturalmente irá gerar conflitos. O problema é quando os conflitos não são resolvidos gerando frustrações e mágoas que vão se acumulando e causando uma desconexão entre os dois que ficarão cada vez mais distantes, frios e vulneráveis.

Um casal normal, ao longo de sua jornada conjugal, enfrentará conflitos relacionados a convicções diferentes, vida espiritual, diferenças, expectativas, vida sexual, finanças, criação de filhos, trabalho, interferência de terceiros, uso da internet, enfermidades, entre outras coisas. 

Não tem como resolver conflitos sem esses três pontos:  

  • Identificar e compreender as diferenças, 
  • Desenvolver uma comunicação eficaz e 
  • Ter disposição para perdoar continuamente. 

Me acompanhe nessa série e vamos conversar sobre isso.

Dra Gisele Lima

Qual é o maior ponto de conflito no seu casamento? 

2.  Resolva os conflitos compreendendo as diferenças 

Não adianta permanecer casado e não viver bem. Com a minha experiência de atendimentos posso dizer que há um número alto de casais que se amam de verdade, mas convivem muito mal por não resolver os conflitos. A não compreensão das diferenças é um dos principais pontos de conflitos no casamento e muitos acabam porque os cônjuges concluem que são incompatíveis. Na verdade, as pessoas se tornam assim, na convivência, por não compreender as suas diferenças. 

Enquanto não compreendemos as diferenças, criamos expectativas irreais sobre o outro e nos frustramos. Julgamos o outro, cobramos e não valorizamos. Por outro lado, compreender as diferenças reduz o julgamento, as cobranças, as expectativas e Também as frustrações e os conflitos. 

Quando não compreendemos nossas diferenças, passamos muito tempo tentando mudar o outro e moldá-lo o mais próximo do que gostaríamos. Tentando convencer o outro a passar a fazer tudo do nosso jeito, pois é “melhor”. Queremos que o outro passe a gostar do que nós gostamos, pois, se para mim é tão bom, será para você também. E começamos a dizer coisas do tipo: você não sabe fazer nada, você não sabe o que é bom, não sabe aproveitar a vida, você é muito parado, é muito ante social, você é muito barulhento, você é mau educado, é arrogante e egoísta, e por aí vai…

Investindo compreender as diferenças, todo casal estará resolvendo boa parte dos conflitos, melhorando a convivência entre eles e a satisfação no seu casamento. 

Todas as diferenças, seja entre homem e mulher, de temperamento, de tradições familiares, opiniões, cultural, podem ser ajustadas ao ponto de causarem o mínimo de conflitos, se forem compreendidas. O maior desafio é quando há diferenças de convicções, pois envolve princípios e valores, conceitos e visão de mundo e de casamento. Nesse caso, para resolver os conflitos será preciso uma desconstrução para que tenham convicções semelhantes e isso será fundamental.

O que você está disposto (a) a fazer para resolver esses conflitos?  

3. Resolva os conflitos aprendendo a conversar 

Você é do tipo que não gosta de conversar, ou acha desnecessário? Talvez seja do tipo que não consegue conversar, se exalta e toda conversa acaba em brigas. Qual é a dinâmica de comunicação que você e seu cônjuge têm construído? Essa pode ser a razão da insatisfação de vocês no casamento por estarem distantes, desanimados e pensando em desistir. 

Se você tem uma expectativa de que um casamento de sucesso é aquele que não tem conflitos, onde os cônjuges vivem uma harmonia perfeita, você viverá frustrado, desanimado e desistirá do seu casamento acreditando que causou com a pessoa “errada”. 

Se você acha que é possível viver um casamento de sucesso sem resolver os conflitos, deixando de lado até que sejam esquecidos e desapareçam, viverá acumulando mágoas e desistirá do seu casamento por passar a enxergar apenas o lado negativo do seu cônjuge. 

Não! Um casamento de sucesso não é ausência de conflitos. Não tem como conquistar um casamento de sucesso sem resolver os conflitos e é impossível resolver os conflitos sem construir um ambiente seguro para ter conversas construtivas, frequentes, sobre tudo. Onde os dois tenham total segurança e liberdade para expor o seu ponto de vista, suas necessidades, desejos, medos, dificuldades, certo de que será ouvido com empatia e acolhido em suas imperfeições com a intenção de juntos buscar soluções para os conflitos. 

Dra Gisele Lima

Vocês conversam para resolver os conflitos?

Tenho conteúdos sobre comunicação eficaz aqui e no you tube que vão ajudar!  

4. Resolva os conflitos praticando o perdão

Evitar os conflitos ou ignorá-los não traz solução. Entretanto, ser compassivo e estar disposto a perdoar aumenta bastante a possibilidade de resolução de qualquer tipo de conflito. 

Quando Pedro perguntou: “Senhor, quantas vezes deverei perdoar meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu que não até sete, mas até setenta vezes sete e contou a parábola: 

“…Um rei foi acertar contas com seus servos e havia um que lhe devia uma quantia enorme de prata. Como não tinha condições de pagar, o servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo. O rei teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. “Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: Pague-me o que me deve! Então, o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei. “Mas ele não quis. Mandou lança-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Alguns viram e foram contar ao rei tudo o que havia acontecido. “Então o rei chamou o servo e disse: Servo mau, cancelei toda a sua dívida. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você? Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia.

O que tem impedido você a praticar o perdão no seu casamento?

Aquele Rei representa Deus e nós somos aquele servo que recebeu misericórdia e teve sua dívida cancelada. Ele continua fazendo isso conosco todo o tempo. Deveria ser natural para quem teve sua dívida cancelada, também cancelar as dívidas daqueles que lhe devem bem menos. Não deveria ser difícil para nós que recebemos perdão, dar perdão. Não temos como resolver os conflitos em nosso casamento sem fazer isso dia a dia, nas pequenas e grandes ofensas mútuas. Hoje você foi ferido, manhã você vai ferir e desejará receber o perdão que não teve disposição para dar.

Dra Gisele Lima

Veja os conteúdos sobre perdão

5. Resolva os conflitos assumindo a sua parte

O casamento é a fusão de duas pessoas muito diferentes que precisam ter disposição para resolver os conflitos no dia a dia e conquistar um casamento de sucesso. Será fundamental compreender as diferenças, aprender a conversar e praticar o perdão. Além disso, o que faz muita diferença na resolução dos conflitos é cada um assumir a parte que lhe cabe, pois o casamento é uma relação entre duas pessoas e jamais um cônjuge sozinho será responsável pelo problema e nem pela solução. Os dois, juntos, vão construindo uma dinâmica na relação que pode favorecer o aumento ou a diminuição dos conflitos. 

Acompanhando casais a muitos anos, vejo, na grande maioria, a postura de responsabilizar o outro tanto pelo problema quanto pela solução. Os conflitos são sempre porque o outro não faz o que “deveria” fazer ou faz o que não devia fazer. E tudo será resolvido quando o outro começar a fazer o que “eu acho” que ele (a) deveria fazer ou deixar de fazer o que “eu acho” que ele (a) não deve fazer. Com essa postura, tenho visto casais viverem anos mergulhados em conflitos sem fim,  frustrados, desanimados e insatisfeitos, com um casamento estagnado. Se isso acontece aí no seu casamento, saiba que enquanto houver essa postura, não há como resolver os conflitos e viver um casamento de sucesso. 

Não é nada produtivo os dois ficarem na defensiva, culpando o outro e se colocando em um lugar de vítima. A posição de vítima é cômoda, pois nos exime da nossa responsabilidade. Não ajudará em nada e aumentará a frustração. O que será mais produtivo para resolver os conflitos é cada um ter a coragem de olhar para si mesmo e identificar a parte que lhe cabe na causa do conflito e principalmente o que pode contribuir para resolver a questão. Essa é uma atitude de maturidade tanto pessoal como do relacionamento. Se os dois tiverem está disposição, os conflitos serão resolvidos de forma pacífica e levará o casamento para um nível maior de satisfação.

Dra Gisele Lima 

Você assume a parte que lhe cabe?

6. Resolva os conflitos mudando primeiro

Você acha que a maioria dos conflitos no seu casamento é por questões que o seu cônjuge faz ou deixa de fazer? E que a solução para os conflitos seria a mudança do seu cônjuge? Esse é um pensamento bem comum e tenho dito que no casamento jamais um dos cônjuges será 100% responsável pelos conflitos ou pela solução. Porém, se você acha que no seu caso, de fato, os conflitos se resolveriam se o seu cônjuge mudasse, então a maneira de fazer isso, é mudando as suas atitudes primeiro. 

Você não tem o controle sobre o outro, mas tem o controle de si mesmo, então pode definir a forma como vai se comportar. 

Você já ouviu falar em reforço positivo? Vou tentar explicar de forma simples. Se aprendermos a usar mais o reforço positivo no dia a dia, conseguiremos as mudanças que tanto desejamos com menos estresse e esforço. O reforço positivo é mais eficaz e tem um efeito duradouro, ao contrário da punição, cobrança e pressão. Nós somos ação-reação, recebemos um estímulo e damos uma resposta correspondente à ele. Cada estímulo “provoca” uma reação. Se o estímulo muda, será dada outra resposta que “combinará” melhor com o novo estímulo.  O estímulo é a sua atitude e muitas atitudes do seu cônjuge é uma resposta ou reação às suas atitudes, mesmo que não seja consciente, e vice versa.  

Mudando a sua atitude, aos poucos, o seu cônjuge terá que passar a dar uma resposta que “combine” com essa nova atitude. É muito importante entender que isso não vai acontecer em uma semana ou 1 mês. É preciso mudar de atitude de verdade e persistir. É após algum tempo com a “nova” atitude que o outro passará a dar uma nova resposta. No início, há uma resistência, pois havia uma dinâmica automática.  

Leva tempo para ver mudanças concretas. Celebre e reforce cada pequena mudança.

O reforço de cada pequena resposta nova, vai estimular o outro a fazer mais e mais, até que se torne uma nova dinâmica automática.  

Você está disposto (a) a fazer isso?

7. 10 Dicas para resolver os conflitos1. Veja os conflitos como oportunidade para crescer, amadurecer e melhorar.
2. Valorize mais as vantagens de ser diferente do seu cônjuge e use-as para aumentar o potencial de vocês
3. Não adie conversas importantes, fale sobre seus sentimentos e expectativas de maneira tranquila;
4. Evite gritar, xingar ou se impor quando precisarem discutir algo. A raiva nunca ajuda;
5. Reconheça seus erros, busque identificar a parte que lhe cabe e tenha disposição para melhorar
6. Pare de achar que é óbvio para o outro o que está desagradando você. Muitas vezes não é tão óbvio, você precisa falar;
7. Esteja aberto a perdoar diariamente as pequenas e grandes ofensas. escolha ter o olhar de compaixão que você gostaria de receber ao errar.
8. Não traga à tona antigas discussões ou falhas do seu cônjuge. Isso é sinal de que não foram resolvidas ou perdoadas.
9. Seja o primeiro a tomar iniciativa para conversar de forma construtiva para, juntos, buscar soluções. Mude você primeiro.
10.  Esteja pronto a ouvir o ponto de vista do outro com empatia e se preciso for, abra mão da sua ideia, por amor e por se importar. 

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